segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Relatório de viagem a Guiné Bissau

Relatório de Viagem Guiné Bissau, país pequeno, em dimensões e habitantes, país pobre (um dos mais pobres da África), carece de tudo. Tudo que você encontra em GB vem de fora, não existe indústria de transformação, produtos caros, salários baixos, em média U$ 100,00 por mês. Com esse salário consegue comprar um saco de 50 kg de arroz e um saco de carvão que é usado para cozinhar as refeições. Mas o povo, esse sim, um povo alegre, vibrante, especialmente os crentes, esses são na maioria pessoas que vivem a fé que professam. Um dos objetivos dessa viagem foi procurar algum contato com pessoas que conhecem ou conheceram crentes da Casa de Oração, infelizmente não obtive sucesso. Basicamente existe igrejas tradicionais, como a batista, presbiteriana, a do Aeroporto (com a qual eu trabalhei) e as pentecostais. Se me perguntarem se existe espaço para estabelecer trabalhos dos princípios da C.O., sim, existe. Sendo o país com 45% islâmico, 50% animista e 5% cristão, tem muito campo de trabalho. Os islâmicos estão ganhando espaço com a tática de “converter” o guineense por meio de atender suas necessidades. O que eles fazem é abrir lojas e contratar nativos desde que se “convertam” ao islã. Outra tática muito utilizada é abrir poços d’água nos bairros em que não existe serviço de fornecimento d’água, oferecendo a população esse benefício e assim influenciar o morador acerca do islamismo. Só numa rua, em 800 metros, contei 5 poços, eles abrem os poços e colocam uma placa escrito em árabe que aquele poço é patrocinado pela comunidade islâmica. Além dos bairros de Bissau, existem as tabancas (aldeias) afastadas do centro, essas tabancas reúnem um grande número de habitantes. E a igreja evangélica do Aeroporto trabalha em algumas dessas tabancas, pude visitar três delas, Salquenha – 120Km, Augusto Barros – 50 km e Có – 60 km. Todas elas com uma pequena congregação. Procurei saber se a Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB) trabalham lá, e se eles conhecem o estudo cronológico, muito utilizado pelos missionários da MNTB, não existe, ou as pessoas com quem conversei não conhecem. Penso que o desafio é colocar um casal, ou dois em Bissau, mas para um melhor aproveitamento dos recursos financeiros, enviar irmãos dos países do próprio continente, pois são irmãos contextualizados culturalmente. Os dias que passei em Bissau, vi uma realidade antagônica. Uma igreja pobre, mas independente da condição, atuante, preocupada com a evangelização e com o desenvolvimento intelectual de suas crianças. A igreja do Aeroporto, por exemplo, em suas congregações estabelece escolas para crianças até o sexto período. Apesar da precariedade, essas escolas funcionam graças ao desprendimento de seus jovens crentes que estão lecionando para essas crianças de maneira voluntária, se ganham algo, é apenas uma ajuda de custo que não chega a U$ 50,00, isso quando ganham. O projeto Missões Para a África é apenas os olhos dos irmãos para que possam enxergar a realidade daquele belo continente, que aos poucos estão sendo engolidos pelo islã. Talvez irmãos de Angola, São Tomé Príncipe ou Moçambique, com a ajuda das igrejas do Brasil, possam enviar aqueles que vão levar o evangelho aos guineenses. Quero terminar esse relatório agradecendo a todos os irmãos que colaboraram, quer orando, incentivando ou financiando a viagem. O total levantado cobriu as despesas da passagem (R$4.300,00), a compra de bíblias, livros e material esportivo (R$ 2.500,00), oferta de amor ao irmão que me hospedou (R$ 1.200,00), uma bateria para notebook que meu filho Davi doou (R$ 250,00). Além de poder ofertar R$ 400,00 para Paulo Naene, missionário de Moçambique para a compra de um teclado. O valor total levantado foi de R$ 8.950,00 e os gastos foram de R$ 8.650,00, a diferença foi usado para pagar excesso de bagagem cobrado pelo cia aérea. Deus abençoe a todos que financiaram, oraram e participaram desta viagem, agora é buscar direção de Deus e esperar sua orientação para o próximo destino. Fábio Coutinho